segunda-feira, 5 de julho de 2010

PINGA DE MACUMBA

ELA - A gente não se vê faz mó tempo né nêgo?
ELE- Olha você com esse bêlo Black, tá cada dia mais linda. Eu vi sua foto no Orkut. É foda! Passa o tempo e algumas coisas não mudam...
ELA- Como seu chaveco né? Quer saber se estou casada? Olha aqui, estou. E ainda tenho um casal de filhos lindos, com o finado Bahia.
ELE- Lembra das quermesses na Rua 22?
ELA- Claro que lembro (sorri). Foi lá que eu te vi pela primeira vez. Eu fazia parte de um grupinho de funk e me achava o máximo. Lá nunca faltava de nada nas festinhas né? Tudo servido “a rodo na bandeja”.
ELE- Eu tinha medo que você desandasse e eu que acabei fudido.
ELA- Não fala assim. Lembra quando acabava as festa, aquele frio danado, às vezes dava 00h00min, acabava tudo de bom e a gente saia que nem nóia atrás de boteco, atrás de goró, atrás de zica.
ELE- E a chácara?
ELA- A gente fazia questão de cortar caminho por dentro da chácara, correndo risco de tomar tiro dos caseiros. A gente levô várias carrêra dos boi. Engraçado né? Na caminhada a gente ficava observando algum pontinho luminoso naquele breu. Era uma mistura de vapor da represa, com fumaça de pacau e resto de fogueira. Naquela escuridão os pontinhos que se mexiam muito eram vaga-lumes, os que quase não se mexiam eram pontas de cigarro. Mas os que ficavam imóveis eram velas. Eu e as meninas corríamos até lá e depois, sentávamos na frente do seu barraco, e depois via o sol nascer tomando pinga de macumba.
ELE- Eu lembro sim preta, parece até que foi ontem. E agora o que a gente faz?
ELA- A gente pega a próxima lotação, essa não, porque tá muito cheia, e meus pés estão me matando!


Paulão da SP

terça-feira, 29 de junho de 2010

Poesias apenas.

E rindo eu rimo...

Rimando, sorrindo, sigo, rindo.
Ah! Se rio. E sério.
Sem pacau, sem goró, sem pó. Só o pó.
Tijolo por tijolo. Construo muros de arrimo.
De minha família ainda sou arrimo.
Mas pergunto pra você,
poeta que vive e morre sorrindo,
com a boca e a mente abertas,
Como se pensar fosse sina.
Se deixo de ser pedreiro,
consigo viver só de rima?

Dentro


A poesia nessa casa agora mora,
O conforto e o provimento
O edredom e o alimento
A bíblia e a banda larga,
Chazinho e balas de goma.
Mortadela no pão de forma.
Ducha quente e almofadas.
Hoje brincamos com palavras,
meta dentro,ou meta fora.
Toca a sirene, o despertador toca.
Acorda Branquinha, acorda!
Pois brincadeira tem hora
A opressão é a solução.
Os hómi tá esperando lá fora
Me dá meu chapéu que já vou mimbora
Pois sei que brincadeira tem hora.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Onda arrastou Mockinpó!

Continuo tentando não cumprir a promessa, de não assistir a nenhum dos jogos da copa 2010.
Crítica? Protesto?
Nada disso. Quem me conhece sabe que eu só curto futebol de vila. Eu até tento mas...
E como eu disse não é uma greve solitária, é fuga mesmo.
A internet fica uma beleza, ninguém acessa. Nada de trânsito nas ruas, pelo menos não naquelas duas horinhas. Ninguém te telefona, é ótimo! Nem as vuvunzelas me atrapalham.
Só o que eu não consigo é entrar na porra da Onda do: "Eu quero o Hexa". Não sei o que mudaria para mim com a vitória ou derrota do Brasil. Mas também não odeio. É melhor ver a galéra sorrir com o gol, estourar rojões, do que vê-la chorar com a fome, no Brasil e lá na África também.http://www.youtube.com/watch?v=oNN5alJpx0Q O Apartheid ainda não acabou.
Não é roubar brisa não, é que eu me sinto mais vivo em saber que existem vários mundos para se viver e uns muitos outros para serem contruídos. Não é querendo roubar a brisa não.
Domingo eu ouvi o jogo pela janela do quarto, enquanto assistia ao tão comentado filme alemão A Onda ou Die Welle, é uma refilmagem realizada na Alemanha em 2008 por Dennis Gansel.
Um professor amante de rock e com simpatia pelo anarquismo, para falar sobre autocracia com seus alunos, faz ressurgir traços característicos do regime fascista. O "experimento"toma proporções não esperadas resultando num fim trágico.
O personagem Tim, aluno que talvez mais tenha entendido a disciplina do movimento, puxou uma pistola para um grupo de anarquistas no exato momento em que Luis Fabiano fez o primeiro gol para o Brasil. Foi tenso!
-O jogo?
-Não o filme.
-Entendi...
Assistam ao filme, e depois respondam: È possível uma nova ditadura no Brasil?
http://www.youtube.com/watch?v=ZbyCJEIRBaA&feature=player_embedded
O final do dia, após a vitória por 3X1 para o Brasil, andei algumas léguas dentro da Cidade Universitária, que num domingo a noite mais parecia uma cidade fantasma. Ninguém sabia me dizer onde ficava a tal da EAD. E era justamente lá, e só até dia 20/06, que estava em cartaz Mockinpó - Estudo sobre um homem comum. Com direção e figurinos de Cláudia Schapira. Apresentada pela turma 59 da escola. Drama tragicômico e musical sobre um homem tipicamente comum, assalariado de classe média, que um dia sai para comprar o jornal e é preso sem nenhum motivo aparente. A partir deste incidente a sua vida “vira de ponta cabeça” e a trajetória se sucede na busca deste homem por compreender as suas desventuras. Tendo a cidade como cenário e referência de observação, a pesquisa criou uma dramaturgia cênica que apresenta a cultura popular urbana como foco e vertente de linguagem, onde o modus vivendi das ruas e seus habitantes são forma e conteúdo, os pontos de partida para narrar a trajetória.( fonte
: www.eca.usp.br/ead/turma_detalhe.aspx?codTurma=7
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Quem não viu perdeu a recomendação do Toscano. Aquilo é o teatro como eu imaginava. Sabe quando vc olha para frente e vê muito do que imagina, materializado? Foi como levar uma criança, de até 4 anos, para ver o velho Noel no Shopping. Música, dança, povo e filosofia. Tudo de bom.



terça-feira, 15 de junho de 2010

Paulão da SP e Seleção Brasileira estreiam hoje!!!!

Terça-feira, 15/06/2010. Poderia ser mais um dia normal, não fosse o dia da estréia da seleção brasileira na copa do mundo. Eu não assisti à partida, pois estava tentando criar um blog. "A escrita cênica, precisa de mais que sangue no olho, para ser eficiente. É preciso técnica"
Quem falou isso? Uma pessoa que acreditou mais em mim do que eu mesmo. Valeu Tia Marici. Agora é cum nóis!!! Buuuut follow-me please...